Foto: Alex Brenner
O FIT-BH chega a sua 14ª edição permeado pelo conceito Corpos-Dialetos, de 13 a 23 de setembro. Sob o olhar atento de Grace Passô, Luciana Romagnolli, Soraya Martins e com a assistência de Luciane Ramos Silva, Daniele Avila Small e Anderson Feliciano, Corpos-Dialetos ganhou forma e construiu o FIT-BH sob um outro olhar. Trabalhamos aqui com as urgências históricas e sociais de indivíduos e grupos não neutros, recusando a ideia de que exista um “sujeito padrão” que possa servir de exemplo ou determinar a experiência de vida das demais pessoas.
O conceito parte da premissa de que expressões artísticas são como variedades linguísticas: fundadas no encontro e constantemente reelaboradas através do diálogo. A ideia é trazer para o festival trabalhos que estabeleçam pontes com a produção teatral de Belo Horizonte e do Brasil, ampliando a noção e o significado de teatro brasileiro e evidenciando influências culturais que muitas vezes são invisibilizadas, como a(s) africana(s) e a latino-americana.
Entendemos que classe social, etnia, gênero e diversos outros fatores históricos e sociais determinam e transformam as condições de vida de cada um. Este entendimento é fundamental para a compreensão de um país em sua dimensão real e respectiva produção artística. Assim, interessam-nos produções que evidenciem e reflitam tensões relacionadas a temáticas urgentes, como a étnico-racial e a de gênero.
O FIT-BH 2018 ancora-se em produções que respondam estética e tematicamente às questões sociais brasileiras. Fruto de uma prática curatorial coletiva, interdisciplinar e plural, Corpos-Dialetos tem, no reconhecimento de trabalhos produzidos por sujeitos e grupos não neutros, marcados por seus lugares sociais e na contramão de um olhar eurocêntrico sobre as artes cênicas, seu principal objetivo.