Foto: Ricardo Laf
Um Festival literário tem tudo para nos aproximar, e alargar nossa compreensão sobre a literatura. Este é nosso compromisso ao realizá-lo. Não podemos perder de vista que, quando estamos tratando de literatura, estamos tratando em última instância dos diversos usos e formatos que podemos dar à palavra, seja ela escrita, falada, cantada ou declamada.
O Nobel de Literatura conquistado por Bob Dylan tem precisamente este grande significado: alarga o sentido da palavra, reconhece o mérito literário de sua expressão cantada. Mais que isso, quebra barreiras entre o erudito e o popular. É, em si, resultado de uma maior aproximação da literatura com o grande público. É, como diria o poeta, o biscoito fino sendo comido pela massa. Melhor exemplo não há que aquele que nos dá nossa música popular.
Ao trazer à tona o tema Do livro à voz: narrativas vivas, o Festival Literário Internacional de Belo Horizonte (FLI-BH) em sua terceira edição ressalta a força da oralidade e da palavra viva para a literatura, celebrando igualmente o livro como potente fonte de registro e difusão de diferentes saberes, poéticas e subjetividades.
Este festival, que busca valorizar a oralidade, pode-se dizer, está preocupado em trazer para o primeiro plano uma dimensão literária que, além de sua importância para a preservação de nosso patrimônio cultural, também é modalidade de expressão de largas faixas de uma população que pulsa e disputa por um lugar ao sol.