Foto: Ricardo Laf
Foto: Ricardo Laf

Para quem gosta de História e Patrimônio Cultural

Prédio da Estação Central

Em 1894 foi proposta a construção da Estação Central, implantada próximo ao Ribeirão Arrudas, local escolhido pela Comissão Construtora da Nova Capital (CCNC). Em frente ao prédio da estação foi projetada uma ampla praça, atualmente chamada de Praça da Estação, que recebia os visitantes da capital de Minas Gerais. Pela Estação Ferroviária também chegava o material para a construção da nova capital, que foi inaugurada em 1897.

O prédio da Estação Central em Belo Horizonte, hoje existente, projetado pelo arquiteto italiano Luiz Olivieri e o engenheiro Caetano Lopes e que abriga o Museu de Artes e Ofícios, foi construído em 1922, em estilo eclético, com inspiração neoclássica.

Antes dessa edificação existia outra que abrigava a Estação, também em estilo eclético, mas com forte inspiração dos castelos normandos, que foi construída em 1898. Em pouco tempo, a edificação não mais suportou o crescente fluxo de pessoas e, em 1920, iniciou-se sua demolição. Belo Horizonte estava em pleno desenvolvimento e necessitava de um amplo prédio para receber seus visitantes.

 

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Fotografia da antiga Estação da Cidade de Minas, Revista Vita, nº 2, setembro de 1913. Acervo APCBH

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Vista parcial do pátio ferroviário, o antigo prédio da antiga Estação vista em sua porção posterior e a Praça da Estação, em 1912. Fonte: Fotografia da Estação de 1912

Revista Silhueta, nº1, março de 1932. Acervo APCBH

 

A antiga edificação da Estação da Cidade de Minas, com dois pavimentos principais, possuía uma torre central, onde foi instalado o primeiro relógio público que a cidade ganhou em 1888. Essa torre era arrematada em suas quinas por pequenos torreões e o seu telhado contribuía para enfatizar a verticalidade, dando à edificação uma certa imponência.

A nova edificação, de 1922, mais ampla, cumprindo o papel de apresentar uma roupagem mais moderna para a capital, possui estilo eclético, com inspiração neoclássica, conforme estava em voga na época. Possui uma demarcação clara entre o primeiro pavimento, com revestimento em pedra, o segundo com pilastras e cornijas, de inspiração classicista, e coroado com platibanda parte decorada e parte em balaustrada. A torre alcança um terceiro pavimento, onde se encontra um relógio em cada face, contornado por esculturas humanas e encimado por pequenos frontões triangulares. A cobertura da torre mantém a ênfase vertical desse elemento.

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Vista lateral do prédio da Estação Central, atual Museu de Artes e Ofícios. Fonte: Ricardo Laf. Data: 10/01/2021

Da Praça da Estação. Fonte:Ricardo Laf. Data: 17/03/2017

A edificação, assim como a Praça da Estação, a Praça Rui Barbosa, a Serraria Souza Pinto e o Viaduto Santa Tereza, entre outras, fazem parte do Conjunto Urbano Praça Rui Barbosa e Adjacências, protegido a nível municipal pelo CDPCM-BH – Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte -, e do Conjunto Paisagístico e Arquitetônico da Praça Rui Barbosa, Praça da Estação, protegido a nível estadual, pelo IEPHA/MG – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais.

 

Viaduto Santa Tereza

O Viaduto Santa Tereza é um marco da cidade de Belo Horizonte onde, além de cumprir sua função de travessia pra veículos e pessoas, também recebe diversas atrações culturais durante o ano, com destaque para o duelo de MC’s em seu baixio, justamente devido ao seu simbolismo para a cidade. Serviu até mesmo de inspiração para escritores mineiros renomados como Carlos Drummond de Andrade e Fernando Sabino.

Mas, antes da existência desse emblemático viaduto, para se fazer a travessia do centro da cidade para o Bairro Floresta e Santa Tereza, sobre o Ribeirão Arrudas e a linha de trem, existia uma passarela de metal. Nessa época, o Ribeirão Arrudas ainda era aberto e durante as chuvas era comum seu transbordamento, o que impedia a passagem pela passarela.

Pra solucionar esse problema, era necessário a construção de uma estrutura mais eficiente. A pedra fundamental para a construção do viaduto foi lançada em 05 de agosto de 1926. No entanto, o viaduto só foi concluído em 1929.

Projeto do engenheiro Emílio Baumgart, em estilo art-decó, ou pó de pedra, como ficou conhecido em Belo Horizonte, o viaduto recebeu postes de iluminação em estilo Republicano, importados dos Estados Unidos da América. Possui 390 metros de extensão, com 52 metros de vão, possibilitado pela estrutura em arco parabólico em concreto armado, e 14 metros de altura. O estilo art-decó, de linhas simples e geométricas, teve seu início na Europa, no início do século XX, espalhando-se pelo mundo.

Fonte: https://tainacan.eci.ufmg.br/cidadepalimpsestica/viaduto-santa-tereza-travessias-urbanas/

https://blogfca.pucminas.br/colab/viaduto-santa-tereza/

 

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Fotografia da construção do Viaduto Santa Tereza (1928). Álbum do acervo de Antônio Paulo de Melo. Doação/APCBH

 

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Fotografia da construção do Viaduto Santa Tereza (1928). Álbum do acervo de Antônio Paulo de Melo. Doação/APCBH

 

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Fotografia da construção do Viaduto Santa Tereza (1928). Álbum do acervo de Antônio Paulo de Melo. Doação/APCBH

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Fotografia do Viaduto Santa Tereza após inauguração (1929). Álbum do acervo de Antônio Paulo de Melo. Doação/APCBH

 

Viaduto Santa Tereza. Fonte: Ricardo Laf. Data: 29/032016

  

O ‘Intrépido Aviador’ em Belo Horizonte

Ernesto Umberto Giovanni Darioli, conhecido como o ‘Intrépido Aviador’, foi um aviador italiano que veio ao Brasil, no ano de 1912, realizando demonstrações aéreas em diversas cidades brasileiras, dentre elas, a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. Darioli fez, no total, seis vôos bem sucedidos sobre a capital.

Na época Belo Horizonte ainda não possuía aeroporto. Para pousos e decolagens, foi criada uma pista de terra no então Hipódromo Prado Mineiro, onde atualmente abriga a Academia da Polícia Militar do Estado, no Bairro Prado.

Assim, numa tarde de domingo, em 25 de abril de 1912, Darioli faria sua primeira apresentação sobrevoando a cidade, com o seu monoplano francês Blériot X. No entanto, o monoplano perdeu altitude devido aos fortes ventos, colidindo num barranco. O avião foi totalmente destruído, mas o piloto sobreviveu, apenas com ferimentos leves.

Após construir outro avião, batizado de Bello Horizonte, Darioli fez mais quatro vôos bem sucedidos sobre a cidade. Em 12 de junho do mesmo ano, a gasolina do monoplano acabou em pleno vôo e Darioli se viu obrigado a fazer um pouso de urgência, a 300 metros da pista do Hipódromo. Ainda em junho, dia 16, o aviador sobrevoou a cidade, passando pelo bairro dos Funcionários e Barreiro, levando 15 minutos, numa altura a 450 metros. Finalmente, em 29 de junho, o italiano faria sua última apresentação aérea sobre Belo Horizonte. O valor arrecadado da bilheteria no seu último vôo na cidade foi revertido para a Santa Casa de Misericórdia.

Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/minas/primeiras-viagens-pelo-ceu-da-capital-completam-um-seculo-1.6554

 

 (Luiz Costa/Reprodução)

Darioli ao lado do seu monoplano. (Luiz Costa/Reprodução) Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/minas/primeiras-viagens-pelo-ceu-da-capital-completam-um-seculo-1.6554